“Todos estes morreram na fé, sem terem recebido as promessas, mas vendo-as de longe, e crendo nelas, e abraçando-as, confessaram que eram estrangeiros e peregrinos na terra” Hebreus 11:13
A percepção terrena leva homens e animais a um processo chamado migratório. Os homens; em busca de sobrevivência e melhores condições de vida, os animais pela sobrevivência. Não se trata de atitude precipitada, e sim de necessidade. Todos vão conseguir, serão bem sucedidos? Sabemos que não. Nem os animais, nem os homens.
É nesse contexto de incerteza que abordamos o aspecto espiritual da igreja, envolvida pelo tempo e seus acontecimentos. O mundo experimenta: guerras, fenômenos naturais, limitações, anseios e frustações.
Sobreviver, avançar, vencer são anseios e instintos inerentes desta vida. No entanto, a igreja é alvo de uma promessa de vida eterna, vida com Deus. Porque vivemos então com os olhos voltados para as questões e planos terrenos? Não há problema nenhum em resolver questões e estabelecer planos. O problema está em deixá-los se sobreporem aos aspectos e valores espirituais, eternos.
Devemos lembrar, sem nenhum esforço, que o mundo muda e com ele o homem, mas os ditames de Deus e o seu reino são eternos, intocáveis e imutáveis. Nós precisamos entender que somos dependentes de Deus, se queremos estar participando do seu reino. É difícil? Muitas vezes. Incompreensível? Está além da nossa razão. Impossível? Não, mil vezes não. Como fazer? Através da fé.
A exemplo do texto acima, a bíblia nos fala de homens e mulheres de fé. Como nós, todos eles pensavam sobreviver. Deixar a escravidão, o cativeiro, o medo, a privação. As mesmas coisas que buscamos ainda hoje, séculos, milênios depois deles.
A esperança deles estava em uma promessa, longínqua, abstrata e sem posse, eles creram em quem prometeu. Injustificavelmente deixaram-se envolver, tomaram posse do invisível e confessaram, nós vamos migrar, não somos daqui, temos uma outra pátria. Estamos indo para lá.
Somos poucos, mas nosso cuidado deve ser para onde estamos indo? Em que temos crido? O que temos? Temos fé? Nos deixemos então envolver pela promessa eterna. Vamos tomar posse, caminhar e confessar: EM CRISTO EU TENHO OUTRA PÁTRIA, aqui eu sou peregrino.
Eduardo Teixeira Damaceno