Siló Igreja Crista
 
 

FORA DO ARRAIAL

por Eduardo Damaceno

Saiamos, pois, a ele fora do arraial, levando o seu vitupério.
Porque não temos aqui cidade permanente, mas buscamos a vindoura
.(Hebreus 13:13,14)

A caminhada pode ser longa e com desertos à frente, mas também com oásis, palmeiras e regatos de águas cristalinas e refrescantes, onde peregrinos e caminhantes da fé se acampam. Porque, para o crente, deserto nunca foi e nunca será lugar de habitação final. Deus nos tem reservado algo infinitamente melhor.

Há de se encarar o desafio de uma longa caminhada, pés doídos e aparencia de beduínos, mas carregando sempre na alma e no corpo, um bem que supera todos os valores deixados para trás: a preciosa liberdade de celebrar, de cultuar, de servir a Deus e ao próximo, sem nada a temer. Faraó e seus exatores ficaram para trás. No velho Egito, cuidando de suas torres, de seus palácios, de seus templos e construindo suas pirâmides,

Fora do arraial, não se constroem presídios, de máxima ou mínima segurança, com muralhas e cercas de arame farpado. A única prisão que se quer, e se busca é a consciência cativa do Evangelho, que é libertador e restaurador; o único fardo que se carrega é o fardo de Jesus, que é leve e gostoso de ser carregado e o único jugo desejável é o jugo suave d’Ele, saturado de amor, de graça e de misericórdia. Que ninguém cometa a loucura de estabelecer, fora do arraial, ambientes opressivos e nem construir cubículos mal-cheirosos, entulhados de tabus, de leis, de regras, costumes e proibições do gênero.

Fora do arraial, armam-se tendas. Apenas isto. Leves e desmontáveis. Como fazem os peregrinos. O que conta é caminhar. Caminhar sempre. Cruzar fronteiras. E, para caminhar, é preciso leveza, simplicidade e um viver desinstalado.

Ou fora dos muros, vê-se, na solidão da cruz, fincada no alto da montanha desnuda, o Cordeiro Imolado, que atrai e que chama à plena identificação. Ali, a dívida foi cancelada e os grilhões foram definitivamente quebrados. Livres ficamos para adorar ao Deus Único e Verdadeiro, para proclamar que Jesus Cristo já pagou o preço e para amar de verdade, sem qualquer tipo de discriminação. Amar como Ele amou e ama. E para dizer que há vida, que há esperança em Cristo Jesus.

Fora do arraial, a  graça de Deus foi revelada e veio até nós. Impetuosa como a cachoeira e abundante como o rio caudaloso. Não domesticada, não diminuída e nem engessada por pressupostos de moralidade e condicionamentos da religião. Somos desafiados a vivê-la e torná-la conhecida de todos.

Somos irmãos, todos irmãos. Chamados à solidariedade, à compreensão dos dramas e ambivalências de nosso próximo; ao exercício dos atos de compaixão e misericórdia, sem os condicionamentos e cobranças morais, saídas dos templos e mentes formatadas pelos modelos religiosos.

Não se discrimina quem quer que seja. Todos são iguais e do mesmo valor. Cristo morreu por todos e ama a todos. Não se quer saber de folha corrida de ninguém e também não se fixa no passado de ninguém. Nuances e particularidades pertencem ao passivo de uma raça caída, mas resgatada pelo precioso sangue de Cristo.

A Palavra divina é pregada em simplicidade. E se cuida para que a ela não sejam agregados penduricalhos da religião. Sempre atentos à sua essencialidade. Crendo que ela, por si mesma, é suficiente para corrigir, para redargüir e para transformar vidas.

A relevância está no Evangelho e na pessoa de Jesus. O desafio é amá-lO e servi-lO; é seguir o Seu exemplo; aprender com Ele, e fazer como Ele fez.

As pessoas são estimuladas a se assumirem com coragem e honestidade. Sem medo, sem fugas, sem sutilezas e sem malabarismos de conduta e de linguagem. Aceitação é palavra importante no dicionário.

Transparência é virtude a ser cultivada e confronto com a verdade é caminho seguro para que se estabeleçam relacionamentos fortes e duradouros. O cultivo da maturidade passa pelo respeito e aceitação das pessoas, ainda que nem sempre concordando com situações específicas e pontos de vista particulares.

Reconhecemo-nos seres inacabados, em construção. Permanente construção. Sempre caminhando, sempre aprendendo e abertos ao aprendizado. E assim continuaremos, enquanto neste corpo da carne estivermos.

O único dogma é Jesus. Que se reduziu e se fez humano como nós; que viveu uma vida simples e despojada; que nos desafiou a seguir o seu exemplo; que foi à cruz e triunfou dos principados e potestades, garantindo completa redenção.

O ato de dar é um ato de gratidão, de amor e de compromisso com o Reino e Deus, gerado pela consciência do evangelho e trazendo sempre a marca da espontaneidade, da alegria e do reconhecimento de que “nenhuma coisa o homem terá se do céu não lhe for dado”.

Cada pessoa é uma pessoa e deve ser vista e entendida como tal. As padronizações não contam. Porque há diferentes níveis de fé e diferentes níveis de compreensão da verdade; e há diferentes estágios de crescimento. Uns crescem rápido, outros nem tanto e outros nada crescem. Cada pessoa deve ser aceita, compreendida e ajudada dentro de sua própria realidade. Aquilo que hoje ainda não é, virá a ser no dia de amanhã, mesmo que no amanhã eterno.

É lugar de festa, de alegria, de celebração do banquete da liberdade, mesmo que no deserto.
“Deixa o meu povo ir para que me celebre uma festa no deserto”.

Está a cruz ensangüentada que atrai e que chama à plena identificação. Porque “se com Ele sofrermos, também com Ele seremos glorificados”. “Saiamos, pois, a ele, fora do arraial, levando o seu vitupério.”

   
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